Cigarrinha do milho: 5 pontos para conhecer antes da safra.

A cigarrinha do milho, de nome científico Dalbulus maidis, é uma importante praga do cultivo de milho. Sua incidência nas lavouras tem crescido ao longo das últimas safras. Por isso, a espécie deve ser constantemente monitorada para evitar a ocorrência de danos.

Conhecer as espécies que podem trazer risco ao seu cultivo é um importante ponto a ser considerado no planejamento pré-safra. Por isso, neste artigo separamos cinco pontos fundamentais sobre a cigarrinha do milho que todo o produtor precisa conhecer. Vamos a leitura?


1. Conheça a cigarrinha do milho

 A cigarrinha (Dalbulus maidis) é uma um inseto muito pequeno, com cerca de meio centímetro de comprimento (Fig. 1). Apresenta uma cor branco-palha bastante característica. Se alimenta diretamente da seiva da planta e deixa seus ovos na folha. Esses são encontrados principalmente na nervura central das folhas (Fig. 2).

                                           Figura 1: Cigarrinha do milho adulta
                                                  Fonte: Divulgação Embrapa

                                Figura 2: Ciclo da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis).
                                                   Fonte: Divulgação Grupo Cultivar


A espécie apresenta hábito sugador, que além de causar danos, pode transmitir doenças para a planta (veja a seguir). O ciclo da cigarrinha do milho se completa em 27 dias e pode apresentar até 6 gerações por ano. A espécie pode migrar entre lavouras, principalmente a procura de plântulas recém emergidas.

 

A espécie está presente em todas as regiões produtoras de milho no Brasil, na safra e safrinha. Se alimenta exclusivamente do milho, não sendo hospedeira de nenhuma outra planta de importância econômica. 

 

2. Relação cigarrinha do milho e transmissão de doenças.


Por apresentar hábito sugador, a cigarrinha-do-milho é transmissora do vírus da risca do milharal, também conhecido como rayado fino (Maize Rayado Fino Virus – MRFV). Além disso, é a principal transmissora da doença conhecida como enfezamento – pálido ou vermelho- causada por bactérias.


       Figura 3: O esquema mostra como insetos se tornam vetores de viroses de plantas.


O enfezamento pálido é causado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelli) (Fig. 5) e o vermelho por um fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplama). Os danos com estas doenças pode chegar a mais 90%, principalmente quando não se faz uso de híbridos resistentes às doenças transmitidas pela espécie.



3. Conheça os danos

A cigarrinha do milho apresenta baixo dano direto, ou seja, a sucção da seiva da planta não é motivo para grandes perdas. No entanto, o prejuízo mais relevante da espécie para o cultivo de milho é transmissão das doenças já citadas.

Os danos do rayado fino aparecem nas folhas, entre sete a dez dias após a inoculação, na forma de pequenos pontos cloróticos e podem reduzir a produtividade em até 30%.


Já os principais danos causados por enfezamentos são: estrias cloróticas da base para o ápice (enfezamento pálido) e avermelhado das folhas a partir das margens do ápice (enfezamento vermelho) (Fig.4).


           Figura 4: Foto à esquerda mostra planta com danos de enfezamento pálido. 
       A direita é possível observar planta com sintomas de enfezamento vermelho.
                                                     Fonte: Biogene


Ainda pode ocorrer a colonização da planta por outros patógenos podendo chegar a 100% de plantas infectadas e causar perda total da produção.


4. Monitore a área

A detecção da cigarrinha no cultivo, deve ocorrer antes do aparecimento dos sintomas das doenças transmitidas pela espécie.

A melhor forma de monitorar é entrar no cultivo e realizar uma vistoria visual, principalmente nas folhas, onde é possível detectar adultos e ovos.

 

Registrada a presença da espécie é necessário realizar o controle!


 É importante realizar o monitoramento nos primeiros estágios, ainda na fase de plântula, pois é principalmente nesta fase que ocorre a infecção.


5. Realize um controle eficiente

A melhor forma de reduzir danos é utilizar plantas resistentes e realizar o controle da cigarrinha do milho através de produtos químicos ou biológicos.

No entanto, alguns manejos diminuem a incidência da praga como evitar os plantios tardio e escalonados e a rotação de culturas, pois somente o milho é atingido por esse complexo de doenças.



Converse com seu técnico de confiança para garantir o melhor manejo.

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Sobre a autora: Camila Corrêa Vargas é uma das fundadoras da BioIn Biotecnologia. Acredita que unir ciência, tecnologia e conhecimento prático do campo são ferramentas fundamentais para garantir a sustentabilidade nas produções agrícolas. É formada em Tecnologia Agropecuária (UERGS), Mestre e Doutora em Fitotecnia (UFRGS).



Referências

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cigarrinha-do-milho: vetor de moliculites e vírus. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/cigarrinha-do-milho-vetor-de-molicutes-e-virus.pdf/17d847e1-e4f1-4000-9d4f-7b7a0c720fd0>

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistemas de Produção: Cultivo do milho. Disponível em: < https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo 

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