A cigarrinha do milho, de nome científico Dalbulus maidis, é uma importante praga do cultivo de milho. Sua incidência nas lavouras tem crescido ao longo das últimas safras. Por isso, a espécie deve ser constantemente monitorada para evitar a ocorrência de danos.
Conhecer as espécies que podem trazer risco ao seu cultivo é um importante ponto a ser considerado no planejamento pré-safra. Por isso, neste artigo separamos cinco pontos fundamentais sobre a cigarrinha do milho que todo o produtor precisa conhecer. Vamos a leitura?
1. Conheça a cigarrinha do milho
A espécie apresenta hábito sugador, que além de causar danos, pode transmitir doenças para a planta (veja a seguir). O ciclo da cigarrinha do milho se completa em 27 dias e pode apresentar até 6 gerações por ano. A espécie pode migrar entre lavouras, principalmente a procura de plântulas recém emergidas.
A espécie está presente em todas as regiões produtoras de milho no Brasil, na safra e safrinha. Se alimenta exclusivamente do milho, não sendo hospedeira de nenhuma outra planta de importância econômica.
2. Relação cigarrinha do milho e transmissão de doenças.
Por apresentar hábito sugador, a cigarrinha-do-milho é transmissora do vírus da risca do milharal, também conhecido como rayado fino (Maize Rayado Fino Virus – MRFV). Além disso, é a principal transmissora da doença conhecida como enfezamento – pálido ou vermelho- causada por bactérias.
O enfezamento pálido é causado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelli) (Fig. 5) e o vermelho por um fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplama). Os danos com estas doenças pode chegar a mais 90%, principalmente quando não se faz uso de híbridos resistentes às doenças transmitidas pela espécie.
3. Conheça os danos
Os danos do rayado fino aparecem nas folhas, entre sete a dez dias após a inoculação, na forma de pequenos pontos cloróticos e podem reduzir a produtividade em até 30%.
Já os principais danos causados por enfezamentos são: estrias cloróticas da base para o ápice (enfezamento pálido) e avermelhado das folhas a partir das margens do ápice (enfezamento vermelho) (Fig.4).
Ainda pode ocorrer a colonização da planta por outros patógenos podendo chegar a 100% de plantas infectadas e causar perda total da produção.
4. Monitore a área
A melhor forma de monitorar é entrar no cultivo e realizar uma vistoria visual, principalmente nas folhas, onde é possível detectar adultos e ovos.
Registrada a presença da espécie é necessário realizar o controle!
É importante realizar o monitoramento nos primeiros estágios, ainda na fase de plântula, pois é principalmente nesta fase que ocorre a infecção.
5. Realize um controle eficiente
A melhor forma de reduzir danos é utilizar plantas resistentes e realizar o controle da cigarrinha do milho através de produtos químicos ou biológicos.
No entanto, alguns manejos diminuem a incidência da praga como evitar os plantios tardio e escalonados e a rotação de culturas, pois somente o milho é atingido por esse complexo de doenças.
Converse com seu técnico de confiança para garantir o melhor manejo.
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Sobre a autora: Camila Corrêa Vargas é uma das fundadoras da BioIn Biotecnologia. Acredita que unir ciência, tecnologia e conhecimento prático do campo são ferramentas fundamentais para garantir a sustentabilidade nas produções agrícolas. É formada em Tecnologia Agropecuária (UERGS), Mestre e Doutora em Fitotecnia (UFRGS).
Referências
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cigarrinha-do-milho: vetor de moliculites e vírus. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/cigarrinha-do-milho-vetor-de-molicutes-e-virus.pdf/17d847e1-e4f1-4000-9d4f-7b7a0c720fd0>
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistemas de Produção: Cultivo do milho. Disponível em: < https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo