Palpita forficifera também conhecida como a lagarta-da-oliveira, é considerada uma praga-chave nos olivais brasileiros.
Por se tratar de um cultivo relativamente novo no país, muitas são as dúvidas sobre como realizar um controle efetivo da espécie. Para que o produtor tenha tranquilidade na tomada de decisão, algumas formas de manejo devem fazer parte do cultivo.
Neste artigo, você vai encontrar alguns pontos chave para um monitoramento eficiente e controle da lagarta-da-oliveira. Vamos a leitura?
Identificando a praga
Os primeiros adultos, também chamados de mariposas, costumam aparecer no olival entre os meses de setembro a outubro. São de coloração branco translúcida, com uma faixa marrom na parte superior das asas e cabeça.
As fêmeas da mariposa depositam seus ovos nas folhas da oliveira. Dos ovos eclodem as lagartas, as quais iniciam sua atividade de alimentação nos brotos novos das oliveiras, danificando os mesmos, portanto esta é a fase que causa dano.
A lagarta possui coloração verde claro e produz um fio de seda para se locomover por entre as folhas.
A foto mostra a mariposa adulta da lagarta-da-oliveira. Fonte: Divulgação Agrolink.
O esquema acima mostra o ciclo de Palpita forticifera em todas as suas fases: A) ovo; B) lagarta; C) pré-pupa; D) pupa; E) adulto; Fonte: Embrapa Clima Temperado.
A planta danificada paralisa seu crescimento, afetando a produtividade da próxima safra. Após algumas semanas de desenvolvimento, as lagartas entram na fase de pré-pupa, onde iniciam a construção de um casulo e dentro deste, transformam-se em pupa. Desta pupa emerge um novo adulto, recomeçando seu ciclo.
Identificar a presença da espécie nos pomares é fundamental para o sucesso da produção. Fique atento!
Monitoramento
A detecção da presença de adultos nos olivais pode ser feita através de armadilhas luminosas. As mariposas, por terem hábito noturno, são atraídas pela luz da armadilha, ficando presas em sua estrutura.
Com a armadilha luminosa também é possível realizar captura massal da praga, reduzindo sua presença no cultivo.
Outra forma de monitoramento é inspecionar as plantas semanalmente e observar a presença de lagartas, adultos e/ou danos. Estes indicam a presença da praga em menor ou maior abundância.
Os sinais da praga nas folhas e brotações devem ser constantemente monitoradas!
Controle Biológico
Estudos preliminares em olivais brasileiros indicam que Palpita forficifera m possui diversos inimigos naturais em campo, entre eles insetos parasitoides e predadores.
Em alguns países como Egito e Turquia ocorre a liberação da vespinha Trichogramma sp. a qual também possui um indicativo promissor de uso no Brasil, no entanto são necessários estudos mais avançados principalmente na região sul onde a cultura da oliveira está em constante crescimento.
Para manter o ambiente propício para o desenvolvimento dos inimigos naturais, é importante que o produtor mantenha a vegetação espontânea em seu pomar.
As plantas espontâneas são fonte de néctar para alimentação de diversos organismos benéficos, como os parasitoides e predadores em seu estágio adulto. Além disso, proporcionam abrigo para a reprodução dessas espécies para que se mantenham na área em uma população estável.
É fundamental que o produtor tenha conhecimento da presença da Palpita forficifera em seu pomar, para mitigar danos e garantir sua produtividade.
Quer conhecer mais sobre monitoramento e controle da lagarta-da-oliveira?
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Referências
Cordero E.P.; Santa-Cecília L.V.C.; Alvarenga T.M. Pragas da oliveira: bioecologia, inimigos naturais e manejo. In: Oliveiras no Brasil: Tecnologias de Produção OLIVEIRA, A. F. Editorial. Epamig. 772p, 2012.
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Nava D.E. & Scheunemann T. Informações técnicas sobre a lagarta-da-oliveira. Secretaria da agricultura, pecuária e irrigação, Grupo técnico da olivicultura do Rio Grande do Sul. Junho 2018.
Ricalde M.P. et al. Insects related to Olive culture in Rio Grande do Sul State, Brazil. Ciência Rural. 45: 2125-2130, 2015.
Roberta Tognon é Bióloga pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Engenheira Agrônoma pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). É Mestre e Doutora em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Compõe a equipe técnica de Pesquisa e Desenvolvimento da BIOIN e é Diretora da BIOINSECTA Serviços Agrobiológicos.